O Papel da Redenção na Justiça Divina

Chamamos sua atenção para o fato de que a redenção é um conceito central na fé cristã, que se entrelaça profundamente com a Justiça Divina. Porém qual é o verdadeiro sentido para este conceito? A fé cristã propõe a redenção como a correção de um erro. Isto seria o correto? Podemos compreender a redenção sob a ótica de um resultado fruto de um esforço individual e o atingimento a uma meta previamente estabelecida?

Por isso, entender o papel da redenção na Justiça de DEUS é crucial para compreender a essência da vida existencial finita de todo ser humano.

No artigo de hoje, você vai compreender o papel da redenção na Justiça Divina. Leia todos os tópicos com bastante atenção e anote os trechos que você julgar mais importantes.

Natureza da Justiça Divina

A Justiça Divina, ou a Justiça de DEUS, muitas vezes é proposta como um processo de recompensa àquilo que é certo ou uma punição àquilo que é errado, e aqui já inicia-se uma dificuldade para este conceito. Para definirmos o que é certo e errado, é preciso determinar com precisão o objetivo que se quer alcançar, do contrário estamos sujeitos às variações morais da compreensão dos conceitos. O que podemos afirmar é que muitas vezes, pelo processo moral de uma sociedade, teremos subjetivamente algo que é certo para um grupo ser errado para outro grupo.

Sendo assim, entendemos que a Justiça que estamos nos referindo precisa ser objetiva, ou seja, imparcial e independente de conceitos individuais ou coletivos, respectivamente subjetiva ou intersubjetiva. Isto quer dizer que a Justiça de DEUS não pode ser representada pelo conceito de justiça humana que é falha e influenciada por vários fatores. 

O termo justiça, aplicado ao conceito metafísico em DEUS, deve ser compreendido como o fato de estar alinhado, ajustado, a uma proposição. Quando colocamos dois objetos, ajustar um ao outro significa que ambos estão ligados ou conectados, estabelecendo uma unidade. Para nos ajudar à compreensão, dois objetos acústicos emitindo uma onda sonora, só estarão ajustados, em justiça, quando o padrão de vibração da frequência do emissor estabelece uma unidade com o receptor vibrando na mesma frequência. Isto independe de padrões intersubjetivos ou subjetivos. É algo objetivo.

No Antigo Testamento, vemos que DEUS estabeleceu leis para guiar o comportamento humano e garantir a Justiça.

Em Deuteronômio 32:4, lemos: “Ele é a Rocha, as Suas obras são perfeitas, e todos os Seus caminhos são justos. DEUS é fiel, que não comete erros; justo e reto Ele é”.

Esta passagem exemplifica a perfeição da Justiça Divina. DEUS age de acordo com Sua natureza justa. Não há um padrão moral. O termo perfeito deve ser compreendido através de um novo conceito, um neologismo mais adequado quando o tema central é DEUS. Perfeição significa que é algo “feito para não ser desfeito”. Por exemplo, para a Química, o sufixo “PER” na nomenclatura de um elemento químico, irá significar que as ligações entre os elementos estão em seu mais alto grau, o máximo possível, em oxidação considerando como ponto de partida o seu elemento base. Ainda para elucidar um pouco mais, vamos utilizar o elemento químico “manganês”. Em seu estado de mais alto grau, do grau pleno de oxidação, o grau +7, ele receberá o nome de PERmanganato. Não é interessante?

Então quando lemos que as obras de DEUS são perfeitas, devemos entender que em todas as possibilidade de variação que podemos ter em nossas vidas existenciais, em se tratando de algum assunto, as orientações registradas na Bíblia como algo da perfeição em DEUS, têm sobre aquele tema o conceito em seu mais alto grau estabelecido por DEUS para a humanidade. Nenhuma outra proposta lhe dará um resultado mais pleno do que a orientação registrada nas Escrituras Sagradas.

Não devemos entender que DEUS é perfeito, mas sim as obras resultantes do cumprimento às orientações registradas em SEU NOME contidas nas Escrituras Sagradas que nos levarão a “um estado de perfeição”. Isto muda completamente a compreensão e forma de como nos relacionamos com tudo isto.

DEUS não é perfeito, mas a perfeição e imperfeição estão contidas em DEUS, por sua imanência, sendo DEUS transcendente a tudo isto.

Sendo assim, Justiça Divina não se trata de punição do mal, mas sim de ações que buscam fazer com que o ser humano estabeleça uma unidade qualitativa com a Suprema Divindade, em DEUS, para um objetivo real.

Redenção: O ato de amor e justiça

Considerando o Paradigma Cristão, proposto pela teologia cristã, a redenção é um processo pelo qual DEUS resgata, liberta e restaura os seres humanos da escravidão do pecado,que na visão do cristianismo, é o resultado da desobediência cometida pela casal primordial, Adão e Eva, quando encontravam-se no Paraíso. No Novo Testamento, a redenção é centralizada na pessoa de JESUS, o CRISTO. 

Ainda sobre a ótica cristã, por meio de sua morte e ressurreição, o MESSIAS pagou o preço pelo pecado e, ao mesmo tempo, ofereceu uma nova vida para todos que creem n’Ele.

O questionamento que podemos fazer considerando esta proposição do cristianismo em seu paradigma, é se podemos considerar justo que um homem, no caso JESUS, possa sofrer todo o mal por consequência do pecado de um casal humano primordial, ou ainda, por toda o pecado de uma humanidade, anterior e posterior a ele. É isto realmente justo? Justo no sentido de algo certo?

Romanos 3:23-24 diz: “pois todos pecaram e estão destituídos da glória de DEUS, sendo justificados gratuitamente por Sua graça, por meio da redenção que há em CRISTO JESUS”.

Ainda sobre a ótica cristã, este versículo bíblico destaca que todos somos pecadores e precisamos de redenção. para o cristianismo, a Justiça Divina exige que o pecado seja punido, mas pela redenção em JESUS, o CRISTO, DEUS provê uma maneira de sermos justificados e restaurados.

Porém, se aplicarmos o conceito de “ajustamento”, a figura do SENHOR JESUS, o CRISTO, o MESSIAS, ganha um valor muito maior. 

Para ampliarmos mais a lente da nossa análise, o termo “pecado” tem em si mesmo a explicação para nos ajudar a compreender estes conceitos. No hebraico Chatta’ah (H2403 da concordância de strong) e no grego Hamartia (G0266 da concordância de strong), o termo tinha como conceito o “ato de errar o alvo”, porém quando estes foram traduzidos para o latim peccatum, receberam um conceito adulterado de seu original, passando a ser explicado por um erro de atitude, um a ofensa, uma transgressão, ou seja, alteraram o conceito de um erro com relação a algo que “estava para frente, para o futuro”, no caso um ALVO, para uma necessidade de corrigir algo de uma atitude do passado. 

Elucidando um pouco mais sobre o termo pecado, este não estava circunscrito apenas aos contextos religiosos, mas por exemplo, nas competições de arco e flecha da Grécia antiga, hamartia significa errar o alvo, quando o arqueiro não atingia o centro do alvo, que era o objetivo da competição. Não importava a análise subjetiva ou intersubjetiva, pois todos sabiam que o objetivo não havia sido alcançado.

Para entendermos o ensinamento metafísico do texto de Romanos 3:23-24, propomos então, de forma diferente do Cristianismo, que JESUS foi tornado SENHOR, CRISTO ou MESSIAS de um ALVO matematicamente lógico contido nas Escrituras Sagradas, que o levou ao resultado de se formado FILHO DE DEUS, Primogênito e Unigênito, deste processo. Este ALVO está estabelecido no texto de Gn 1: 26 (Gênesis capítulo 1 verso 26). O texto registra:- “E disse DEUS, façamos o homem à nossa imagem conforme a nossa semelhança […]”. Notemos todos que temos aqui uma “junção de uma preposição a e um artigo a”, bem como uma conjugação verbal que na língua portuguesa é considerada como sendo o Imperativo Afirmativo. Considerando esta análise da sentença, podemos concluir que há uma proposição de DEUS para o homem (neste caso humanidade, pois não se trata do gênero masculino) que aponta para uma meta a ser alcançada, e imutável, não havendo possibilidade de ser alterada. A questão então é que o indivíduo humano é que precisa ajustar-se ao processo e acertar o ALVO, e não mover o ALVO para ser atingido pela “flecha humana”. Se lermos o texto de outra forma:- “Façamos o homem para ser a nossa imagem e semelhança […]” teríamos uma redação muito mais coerente com todos outros tantos versos que temos nas Escrituras Sagradas que apontam para esta condição. Por exemplo, em Rm 8: 18-19 :- “18 – Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada. 19 – Porque a ardente expectação da creação espera a manifestação dos filhos de DEUS.”

Vemos que a Creação espera a manifestação dos filhos de DEUS. Porém vemos que JESUS, É SENHOR, Primogênito e Unigênito. Se entendermos que Gn 1: 26 é o processo, então JESUS é SENHOR porque já o realizou, é Primogênito porque é o 1º dentre todos os humanos a ser gerado FILHO DE DEUS e é Unigênito, porque não há nenhum outro gerado FILHO DE DEUS até o momento, porque a Creação está em ardente expectação pela geração dos FILHOS DE DEUS.

E completando, quando lemos Romanos 3:23-24 conseguimos compreender que JESUS não morreu por nós, mas ELE é o MODELO, ALVO, uma vez que já É gerado FILHO DE DEUS, e portanto têm a QUALIDADE necessária para nos “imantar” nesta proposição e realização.

Confira este artigo também: Cultivando um Relacionamento Pessoal com DEUS

Exemplos bíblicos de redenção

A Bíblia está repleta de histórias que ilustram a redenção dentro da Justiça Divina. Um exemplo claro é a história de José no Antigo Testamento.

Vendido como escravo por seus irmãos, José passou por grandes tribulações. Contudo, DEUS o exaltou a uma posição de poder no Egito, onde ele pôde salvar sua família da fome.

José reconhece a mão de DEUS em sua redenção quando diz em Gênesis 50:20: “Vocês planejaram o mal contra mim, mas DEUS o tornou em bem, para que fosse preservada a vida de muitos”.

Quando lemos a história de José, do Egito, conseguimos observar sua fidelidade à DEUS, sua dependência exclusiva à Suprema Divindade, em DEUS, para tudo o que ele vivia existencialmente, e ainda que houvesse adversidades, sua opção sempre era depender de DEUS para transpor tais situações e obstáculos.

Outra poderosa narrativa de redenção é a vida de Davi. Embora tenha cometido comportamentos inadequados, como adultério e assassinato, Davi se arrependeu sinceramente, e buscou em DEUS o ajustamento Qualitativo para alterar sua condição existencial para acertar o ALVO que lhe fora estabelecido pela Suprema Divindade, em DEUS.

O Salmo 51:10 é uma expressão profunda de seu arrependimento e busca por redenção: “Cria em mim um coração puro, ó DEUS, e renova dentro de mim um espírito estável”.

No Novo Testamento, um dos exemplos mais poderosos é o do apóstolo Paulo. Originalmente um perseguidor dos cristãos, Paulo teve uma dramática conversão a caminho de Damasco.

Após seu encontro com o SENHOR JESUS em uma visão, ele se tornou um dos maiores missionários da mensagem do CRISTO. Sua história demonstra que a redenção é possível para todos, independentemente de seu passado, justamente porque o ALVO é para ser alcançado, está à frente de nós como uma proposição para o futuro e não uma correção do passado. 

Impacto da redenção na vida do Discípulo do CRISTO 

Considerando a visão proposta pela teologia cristã, a redenção transforma a vida dos crentes de maneira profunda e duradoura. Ao aceitarmos a redenção oferecida por JESUS, o CRISTO, somos libertos do poder do pecado e recebemos uma nova identidade como filhos de DEUS. Esta nova identidade nos chama a viver de acordo com os princípios da Justiça Divina.

Este conceito difere muito do compreendido através do Paradigma de PROPÓSITO-PLANO, porque a redenção não é algo realizado em vida existencial, mas sim um resultado para o futuro e por consequência, o estado de FILHOS DE DEUS só poderá ser experimentado por aqueles que alcançarem o ALVO proposto em Gn 1:26.

Porém como resultado prático, àqueles que vivem existencial suas vidas buscando esta conexão em unidade com o Creador através do SENHOR deste processo descrito em Gn 1: 16, o SENHOR JESUS, estes já podem experimentar benefícios de comportamentos que nos permitem o sentimento e capacidade de perdoar, de amar, de cuidar, de matriciar, entre outras condições registradas no texto de Mateus 5: 1-16, correspondentes ao ensinamento deixado pelo MESSIAS a todos aqueles que aderirem a ELE neste processo formativo de FILHO DE DEUS. Conseguimos assim realizar o 1º e 2º mandamento deixado pelo Primogênito e Unigênito deste maravilhoso processo, quando nos orienta a Amar a DEUS sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. 

Logo, esta prática alinha nossas vidas com a Justiça Divina e promove paz e harmonia em nossas relações pessoais e comunitárias.

Redenção no futuro da Justiça Divina

Sendo assim, a redenção tem implicações futuras. A Bíblia promete um futuro onde a justiça e a redenção serão plenamente realizadas. E podemos compreender que isso remete à Geração dos FILHOS DE DEUS, a este estado e condição que não conseguimos experimentar em vida existencial, mas conseguimos entender que é um processo realizável.

No livro de Apocalipse, lemos sobre um novo céu e uma nova terra, onde DEUS estará com Seu povo e todas as lágrimas serão enxugadas.

Apocalipse 21:4 nos dá essa esperança: “E DEUS limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”.

Neste futuro redentor, todos aqueles que aceitaram a oferta de redenção de DEUS vão viver em um estado de perfeita justiça e paz, de ajustamento perfeito e, como resultado, em um estado de PAZ.

Na visão teológica cristã, este é o culminar da Justiça Divina, onde a redenção alcança sua plenitude e a criação é restaurada à intenção original. Porém, compreendendo o PROPÓSITO-PLANO, vemos que este é o PONTO MÁXIMO para o ser humano alcançar, e não um erro corrigido por DEUS.

Mesmo porque, se fosse um ERRO corrigido por DEUS, teríamos que admitir que a SUPREMA DIVINDADE, em DEUS, em sua soberania acima de tudo, teria falhado, pois, se o ser humano estava em estado perfeito, ou seja, feito para não ser desfeito, jamais poderia passar para um estado de imperfeição. Teríamos que admitir que onde há estado de perfeição, não há oportunidade de variação ou adulteração dessa condição, pois, do contrário, teríamos que admitir uma perfeição relativa.

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