A temática do Céu, do Inferno e do Julgamento Final desperta questionamentos sobre o destino de cada ser humano.
A partir das Escrituras Sagradas e de reflexões teológicas, pode-se compreender que tais conceitos não se limitam a lugares ou eventos distantes, mas representam símbolos do estado da individualidade humana e do cumprimento do PROPÓSITO-PLANO da SUPREMA DIVINDADE, em DEUS. Este artigo explora o que realmente nos espera após a vida existencial finita.
Mistério da Vida Eterna e da Condição Humana
A pergunta sobre a existência de um Paraíso perdido faz eco desde os primórdios da humanidade. Por detrás da narrativa sobre uma suposta queda do homem, ou a queda da humanidade, haveria ocorrido uma expulsão de indivíduos humanos do Paraíso.
Na verdade o título “Paraíso” não é mencionado na Escritura Sagrada do povo Hebreu, este termo foi cunhado na tradução do hebraico para o grego aplicando o termo παράδεισος (parádeisos), que significa jardim cercado, protegido, mas que ao longo do tempo recebeu um conceito muito mais ligado a algo fantasioso do que efetivamente ao símbolo proposto.
Neste estágio, podemos dizer que o ser humano surge e vivenciará um processo formativo. Ao contrário do que é proposto pela teologia cristã, de que o ser humano é criado por DEUS em perfeição, plenitude e estado definitivo, a ideia por detrás do símbolo é que o ser humano surge em um jardim no Éden (e não do Éden), em um lugar nas “delícias de DEUS”, em um estágio de inconsciência, em uma condição potencial para uma realização e consolidação futura, em um processo rigoroso e qualitativo, para daí sim conquistar uma condição de plenitude, perfeição e atemporalidade, conforme postulado na Escritura Sagrada no texto de Gênesis 1:26.
O indivíduo da espécie humana, feito o menor possível para uma condição maior e definitiva.
No texto de Gênesis 2:8 — “E plantou o SENHOR DEUS um jardim no Éden, da banda do oriente…” —, vemos que Éden não é o jardim, mas um lugar, uma região adjetivada como “deleite”, dentro da qual existe um jardim específico, um jardim funcional para cultivar e guardar, é o lugar onde o homem irá lavar a terra (Gênesis 2:5) para sua própria existência e será lavrado nela por DEUS, para alcançar a meta estabelecida por DEUS para toda a humanidade, como afirmou o Apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos no capítulo 10, verso 4, bem como em outras muitas passagens que apontam o destino vindouro do indivíduo humano, como a conquista mais importante da sua humanidade.
Essa é a visão essencial no eixo da Teoria de PROPÓSITO-PLANO.
O nome Éden no hebraico עֵדֶן — ʿÊden, strong H5731 — עֵדֶן (ʿêden), tem sentido etimológico de delícia, prazer, suavidade, deleite. Desta maneira, o sentido simbólico para Éden seria “deleite”, “lugar de delícias”, “estado de prazer abundante”.
É “delícias” não para o deleite instintivo do ser humano, mas é um “local” onde acontecerá a mais bela Suprema Ação Creadora de DEUS, a espécie humana surgindo em uma condição animal-hominal vivente, em um processo de progresso contínuo no Tempo-Espaço, para ser tornado em espírito vivificante que é o estágio definitivo e final da condição que lhe é proposto.
Em Gênesis 1:26-27, claramente vemos a declaração do postulado que DEUS fez ao homem macho e fêmea, para ser tornado em imagem e semelhança da própria divindade, e este conceito plenamente explorado na Bíblia é denominado como estado de Filhos de DEUS.
No Livro do Gênesis, Moisés descreveu o Jardim do Éden como um lugar de delícias situado entre quatro rios, mas jamais fora realmente perdido em termos físicos. O Paraíso perdido surge como parábola ao enfatizar que a Perfeição não se encontra em meio ao Tempo-Espaço, mas em frequência manifestada por DEUS na sua Creação, em uma condição de Unidade.
Nesse sentido, a queda foi um conceito embutido no ensinamento sobre os registros Bíblicos que conceitualmente jamais afirmou tal situação para a humanidade, e aqui o símbolo é muito mais profundo para ser compreendido.
A narrativa da queda nos leva à compreensão de um DEUS limitado e sujeito à sua Creação, ou seja, colocam a creatura acima do Creador.
O texto simbólico é apresentado em uma forma sintética demonstrando a humanidade avançando a partir do seu estágio de inconsciência, macho e fêmea, matriciado por DEUS sem sua existencialidade automática e instintiva, sem capacidade de decisão dado o domínio da instintividade para a subsistência, alcançando um estado consciente do processo progressivo qualitativo através das suas decisões em obediência ao postulado de Gênesis 1:26 até o estado final quando será tornado Filho de DEUS.
Para que ocorra este progresso, o ser humano consciente através das suas decisões em obediência às Alianças estabelecidas entre DEUS e a Humanidade irá aproximar-se do alvo proposto ou irá afastar-se dele. Esta condição de afastamento, de desvio, da marcha em desvio por conta dos pés em desvio, é chamado em latim de peccatum, que deu origem ao termo “pecado” e tem por significado cometer uma falta, uma transgressão, errar o alvo, errar a meta.
O processo de qualificação da humanidade em todo o tempo a partir do seu estado consciente de existência potencializará em seus indivíduos uma condição qualificativa que difere a nossa espécie de todas as demais espécies da Creação.
A espécie humana é constituída de 4 Faculdades inseparáveis, indissociáveis, indivisíveis, a saber, Físico-Mental-Emocional-Essencial (tratamos com mais detalhes em outros textos do nosso blog), qualificadas em Crístico-Anticrístico transmitidas hereditariamente, e que serão potencializadas por toda a existência da cada indivíduo humano, considerando em seu processo as ações por meio de suas decisões, em obediência ou desobediência, às Alianças de DEUS com a humanidade, respectivamente.
Podemos assim dizer que a cristificação das nossas faculdades nos levará à realização de Gênesis 1:26, portanto ao estado de Filhos de DEUS em eternidade, ou do contrário, o resultado proposto culminará na Segunda Morte, sendo a Primeira Morte o estágio existencial da nossa humanidade pela qual todos os indivíduos humanos passarão, inclusive Enoque, Moisés, Elias (antecipando os questionamentos), e o próprio JESUS, filho de José, vivenciou este batismo de sangue antes de ser gerado Filho de DEUS, em Sumo Sacerdote da Ordem de Melquisedeque.
O não entendimento correto do símbolo e do simbolizado das Escrituras traz confusão sobre os destinos eternos. Por isso, o estudo e a interpretação cuidadosa dos símbolos bíblicos revelam que o Céu e o Inferno não representam locais, mas a trajetória da individualidade humana, da vida humana existencial diante da justiça e da misericórdia divina.
Conceito de Céu na Tradição Cristã
O Céu figura como a morada de DEUS, local onde habita a glória e onde se manifesta a esperança de vida eterna. Entretanto, essa visão ultrapassa a ideia de um espaço físico e revela o convite à comunhão plena com a SUPREMA DIVINDADE.
Visão do Céu como Reino de DEUS
O Céu representa o Reino onde a vontade de DEUS se cumpre de modo perfeito. JESUS, o CRISTO, descreveu esse Reino em várias parábolas e destacou que ele se encontra presente, ainda que de forma oculta, na vida dos que reconhecem o Senhor. Em Lucas 17:20-21, Ele declarou:
“O Reino de DEUS não vem com aparência exterior; nem dirão: ‘Ei-lo aqui’, ou: ‘Ei-lo ali’; porque o Reino de DEUS está dentro de vós.”
Assim, o Céu se manifesta na transformação qualitativa em cristificação dos que alinham suas vidas ao PROPÓSITO-PLANO de DEUS e vivem segundo a verdade revelada.
Testemunhos Bíblicos do Céu
Diversos relatos bíblicos reforçam a existência do Céu como promessa de uma condição gloriosa. Em Apocalipse 7:9-10, o apóstolo João descreveu uma multidão diante do Trono de DEUS, vestida de vestes brancas, com palmas nas mãos. Essa visão incentiva a esperança de transformação final, quando vidas humanas alcançam a plenitude do Reino.
Além disso, em 2 Coríntios 5:1, Paulo apresenta a metáfora da habitação celestial:
“Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de DEUS um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus.”
Portanto, o Céu simboliza a vida atemporal concedida por DEUS aos que perseverarem na fé, fidelidade, em obediência à DEUS.
Natureza do Inferno e da Segunda Morte
Enquanto o Céu revela a comunhão eterna com DEUS, o Inferno expressa a consequência da rejeição do amor divino. Aliás, o conceito da Segunda Morte diferencia-se da simples cessação biológica por se referir ao estado de descreação definitiva em DEUS.
A Queda da Humanidade como Símbolo
A queda, como vimos anteriormente, podemos dizer que se configurou como evento que introduziu a dualidade no mundo. A Árvore do Bem e do Mal simboliza a opção pela consciência dual, enquanto a Árvore da Vida apresenta o resultado esperado, a meta estabelecida e realizada em estágio definitivo, pleno e atemporal, chamado Unidade de Perfeição.
Esse símbolo demonstra que o Inferno não surgiu como criação independente de DEUS, mas como resultado da recusa em viver conforme a proposição de DEUS postulada em Gênesis 1:26. A “expulsão do Paraíso” aponta para este estado de desobediência à proposição.
O Inferno na Bíblia
A Bíblia apresenta o Inferno como Geena, um local de sofrimento espiritual para aqueles que se afastarem do caminho da vida. JESUS, o CRISTO, advertiu sobre o perigo de perder a comunhão com DEUS. Em Mateus 25:41, Ele declarou:
“Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno preparado para o diabo e os seus anjos.”
Assim, o Inferno aparece como realidade resultante da desobediência e da rejeição, o que reforça a gravidade das consequências das nossas opções. O processo do “julgamento final”, assim como o “Reino de DEUS”, está em nós e não fora de nós. É o processo de qualificação crística ou anticrística que todos nós sofremos neste processamento qualitativo das nossas individualidades.
Julgamento Final: Justiça e Misericórdia
O Julgamento Final é o nome simbólico para o Ato no qual a SUPREMA DIVINDADE, em DEUS, exerce a consolidação em Filho de DEUS dos que se ajustaram ao processo, ou em Segunda Morte para aqueles que pela desobediência mantiveram-se desajustados à proposição postulada em Gênesis 1: 26, processadas através das 2 Alianças de DEUS com a humanidade para a realização de todo o PROPÓSITO-PLANO.
Critérios do Julgamento
A Bíblia define que cada um responderá conforme as ações realizadas. Em 2 Coríntios 5:10, Paulo afirmou:
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de CRISTO, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal.”
Então, o Julgamento Final não se baseia em mérito próprio, mas na relação com JESUS, o CRISTO, e na vivência do mandamento do amor, considerando a Nova Aliança de DEUS com a humanidade. Antes de ter sido realizado o arquétipo do MESSIAS, conforme o PROPÓSITO-PLANO, a humanidade foi qualificada cristicamente através da obediência à LEI de DEUS, dada a Moisés.
Esperança e Temor
Apesar do temor que o Julgamento Final pode provocar, a Bíblia sempre combina justiça com esperança. Em Romanos 8:1, Paulo declarou:
“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em CRISTO JESUS, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.”
Desse modo, a confiança na graça de DEUS supera o medo, já que a fé em JESUS, o CRISTO, oferece a garantia de salvação para aqueles que se mantêm fiéis até o fim.
Porém, vale ressaltar que a partir da Nova Aliança (como explicamos anteriormente), há uma condicional importantíssima a se observar. O termo Fé, como já explicamos em outros textos em nosso blog, na verdade têm por significado objetivo o conceito de Fidelidade, e portanto não é uma crença, um dizer “eu acredito em JESUS, o CRISTO”, mas sim uma adesão a ELE por meio do processo de imersão (batismo), declarado que este é realizado na Qualidade de DEUS, como o PAI, paternidade daqueles que se serão tornados em Filhos de DEUS, na Qualidade do Filho de DEUS, JESUS, o CRISTO de DEUS, que foi gerado novo dentre todos os indivíduos da espécie humana, e no Espírito Santo, que é esta Qualidade advinda da Fonte da Vida derramada em toda a Creação, através do CRISTO de DEUS.
Esta compreensão nos é dada também no texto de Apocalipse 21:23, citando JESUS, o CRISTO como a Lâmpada que ilumina.
Mas a adesão ao CRISTO pelo batismo, apesar de ser condição sine qua non, não é suficiente, e é aí que vem o conceito de fidelidade. A fidelidade se dará em viver a nossa existência humana em disciplina pelo Evangelho Crístico Integral e para isto é preciso empregar trabalho individual para o desenvolvimento em Conhecimento-Graça através das práticas para a realização da disciplina — as práticas do discipulado.
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