A pergunta “O que significa ser Filho de DEUS?” é central para quem busca compreender o propósito maior da existência humana. Na visão cristã, essa condição não é meramente um título, mas um estado de realização espiritual que envolve uma profunda transformação interna, alinhada ao Propósito-Plano da Suprema Divindade, conforme registrado em Gn 1:26.
Ser Filho de DEUS é alcançar a qualificação crística necessária para ser atraído pelo CRISTO e completado por ELE, obtendo a condição definitiva como Filho de DEUS, um processo que vai além do simples cumprimento de regras religiosas e nos convida a uma jornada de obediência, amor e crescimento espiritual.
Não é um processo autônomo, de autodesenvolvimento, mas podemos dizer que é um processo obtido exclusivamente por uma adesão ao CRISTO de DEUS, o Filho de DEUS gerado novo, Primogênito e Unigênito deste processo, JESUS, filho do homem, indivíduo da espécie hominal, que compreendeu o processo, o realizou e foi gerado em uma nova condição atemporal, em Filho de DEUS. Por isto ELE afirma, ser o caminho, a verdade e a Vida.
Em sua carta aos hebreus, no capítulo 5, versos 5 e 6, o Apóstolo Paulo trata deste assunto com os descendentes de Abraão, evidenciando um fato aguardado desde a Aliança de DEUS com Abraão.
Este artigo explora o significado de ser Filho de DEUS, a importância da cristificação e como essa jornada transforma nossas vidas.
1. A Origem do Propósito: Gn 1:26 e a Creação do Homem
A compreensão de ser Filho de DEUS começa com o texto de Gênesis 1:26: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança…” Esse verso destaca o propósito original de DEUS: criar seres que refletissem Sua essência e Seu caráter. No entanto, a plenitude dessa condição vai além da creação inicial. Ser feito à imagem de DEUS significa ter o potencial de alcançar a unidade nEle, mas a realização dessa condição plena exige um processo contínuo de transformação — a cristificação.
É muito importante notar que a tradução do texto em hebraico aplica a utilização da crase “… à nossa imagem…”, e o verbo fazer é conjugado no imperativo, o que estabelece uma ordem. A crase tem por consequência estabelecer o resultado ordenado para o futuro e não no presente. A frase citada poderia ter sido escrita da seguinte maneira:- “Façamos o homem para a nossa imagem conforme a nossa semelhança”, não estabelece que já foi feito, mas certamente será feito. Não há incerteza do processo, somente não se sabe em que tempo isto acontecerá.
Isto é tão certo, que no verso 27, DEUS declara que fez o homem (humanidade) em um condição inicial, macho e fêmea, que demonstra que o surgimento do hominídeo se deu como todos os animais, porém com uma condição qualitativa potencial e que pode ser dinamizada através de um processo consciente de geração de Filho de DEUS, para daí sim sermos transformados em atemporalidade, e não em sucessividade, em imagem e semelhança de DEUS. Aquilo que é imagem e semelhança “é parecido, mas não é igual”.
2. O Que É Cristificação?
A cristificação é o processo pelo qual nos tornamos mais semelhantes a JESUS, o CRISTO, que é o exemplo supremo de Filho de DEUS. Não é algo instantâneo, mas uma jornada de fé (de fides, que significa fidelidade), obediência e crescimento, desenvolvimento e dinamismo qualitativo crístico de uma qualidade que nos constitui desde a nossa existência como humanidade e, portanto, em nós individualmente, classificada como qualidade crística e anticrística, hereditária. Em nós há esta combinação qualitativa em dualidade, crística e anticrístico. Não é uma ou outra, mas ambas nos constituem e portanto uma delas se tornará mais ativa em nós, quanto mais esta mover-se de sua potencialidade para o estado dinâmico e desenvolvido. Esta condição qualitativa não é possível ser mensurada, não há um instrumento para detectá-la em nós, mas podemos perceber a sua predominância, observando em nós alguns indicadores que são como “termômetros” que nos ajudarão a reconhecer este estado em nossas 4 Faculdades (Fisico-Mental-Emocional-Essencial), que a Bíblia denomina de “frutos”, como vemos em Gálatas 5:22-23: “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.”
Ser Filho de DEUS, portanto, não é apenas uma identidade, mas uma missão: alinhar nossas ações, pensamentos e emoções ao Propósito-Plano de DEUS.
3. A Condição de Filho de DEUS na Bíblia
Ao longo das Escrituras, encontramos várias referências que ajudam a compreender o que significa ser potencial Filho de DEUS em vida existencial, e o Apóstolo Paulo chama isto de Filhos por adoção, para chegar a condição Real de Filho de DEUS:
- Romanos 8:14-17: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de DEUS são filhos de DEUS. Porque não recebestes o espírito de escravidão para viverdes outra vez atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseado no qual clamamos: Aba, Pai.”
Esse texto ressalta que ser Filho de DEUS envolve a adoção divina, um relacionamento íntimo e transformador.
- João 1:12: “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de DEUS, a saber, aos que creem no seu nome.”
Aqui, vemos que a fidelidade na adesão e disciplina em JESUS, o CRISTO, é condição sine qua non para a nossa filiação divina vida existencial em uma condição potencial, para condição real e verdade de Filhos de DEUS em atemporalidade.
Esses versos mostram que ser Filho de DEUS não é uma condição imposta, mas uma escolha consciente de seguir a vontade divina e viver conforme Seus princípios.
4. Os Passos da Jornada de em Cristificação
A jornada para se tornar Filho de DEUS envolve etapas claras, que exigem dedicação e entrega. Aqui estão alguns passos fundamentais:
a) Reconhecer JESUS como SENHOR e MESTRE
O primeiro passo para a cristificação é reconhecer JESUS como o CRISTO, o Filho Unigênito de DEUS, que realizou o processo para si mesmo uma vez que era indivíduo da espécie humana e não um semi-deus, uma encarnação da Pessoa de DEUS como sugere o cristianismo em sua doutrina sobre a Divina Trindade (três pessoas em um), e compreendendo o processo o realizou consciente e foi gerado Filho de DEUS, por DEUS.
Em sua jornada, viveu e ensinou sobre o Reino de DEUS, e na conclusão do processo que caberia àquele que seria o CRISTO (do grego Christós – que significa eleito, ungido, escolhido, ou da palavra em hebraco Mashiach – que transliterado para o português passou a ser MESSIAS, e que têm o mesmo sentido de ungido, eleito, preparado), que na morte de cruz, no registro do Evangelho de João, capítulo 19, verso 30, encontramos a declaração “está consumado”. A pergunta que fica é:- O que está consumado?
Está consumado em realidade o postulado de Gn 1: 26, passando de algo até então potencial para em uma condição real. JESUS, filho do homem, indivíduo da espécie humana que foi transformado em Filho de DEUS, único gerado até presente momento e primeiro gerado entre todos que ainda serão gerados Filhos de DEUS.
O alfa e o ômega de todo o processo, o princípio e o fim de toda jornada humana para aqueles que buscarem esta condição. Todos temos o potencial de realizar a jornada dinamizando a qualidade crística hereditária, mas nem todos realizarão esta ação.
Desta maneira, JESUS, o MESSIAS, que podemos chamar de SENHOR deste processo pois o realizou na integralidade da proposição postulada por DEUS em Gn 1: 26, nos mostrou o caminho para atingirmos o que nos é proposto, e não somente mostrou o caminho, mas declarou com base em sua realização integral, ser o caminho (pois realizou o processo passo a passo), a verdade (pois foi Gerado Filho de DEUS) e VIda (que é a Vida em Eternidade que é a condição de todo gerado novo Filho de DEUS).
Diferente da proposta cristã de uma “reconciliação com o Creador”, pois para acontecer uma reconciliação foi necessário que existisse uma conciliação que foi perdida e agora está sendo reconquistada com o Criador, Propósito-Plano de DEUS não propõe uma “queda” mas sim uma metanoia (do grego metanoia que significa mudança de pensamento, de visão) para alcançar uma nova condição de vida, passando de algo temporal para uma condição de atemporalidade. Isso implica compreender o processo, aderir ao SENHOR do processo pois somente através dELE é possível esta qualificação crística e realizar a disciplina proposta por ELE nas Escrituras Sagradas.
Para se ter uma ideia de que a Bíblia não é um livro religiosos, mas uma biblioteca com registros de ensinos, indicadores, parâmetros, depoimentos, etc, o próprio SENHOR deste processo, JESUS, filho do homem e Filho de DEUS, estabelece indicadores qualitativos para todo aquele que busca este progresso, e não a perfeição, pois esta somente é possível após a geração dos Filhos de DEUS. Este progresso têm parâmetros claros do que nos é pedido. No evangelho de Mateus 5: 1-16, ELE nos deixa o SLA (Service Level Agreement) necessário, como um contrato, para todo aquele que declara sua adesão a ELE buscando o resultado de ser gerado Filho de DEUS.
b) Arrependimento e Conversão
A cristificação começa com o arrependimento genuíno, e aqui temos uma chave importantíssima, que já citamos anteriormente mas é importante resgatar o conceito com mais propriedade. Toda a vez que encontramos a palavra arrependimento na Bíblia, culturalmente para o hebreu este ato não têm a ver com um sentimento associado a erros cometidos, a desvios, a comportamentos que nos levaram a uma sensação que nos deprime. Na verdade esta palavra culturalmente para o contexto social do hebreu, é uma exortação para a ação de mudar nossa “lente de ver o mundo”, mudar nossa visão e atitudes com base em uma compreensão de vida diferente daquela utilizada por nós até o presente momento.
Um exemplo disto é a exortação do Profeta João, o batizador, registrado em Mt 3:1-2 que em busca de alertar a todos para este novo PARADIGMA ao estabelecido na Lei de DEUS através de Moisés para o povo hebreu e também para todos os demais comportamentos, exaltado clamava a todos ao arrependimento. Ele dizia:- “arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus”. A tradução fez uso do termo arrepender, mas na verdade a palavra original no grego, metanoeó – G3340, têm por significado a ideia de “mudar de mente”, de transmentalizar, de viver à partir de um novo propósito ou direção, transformação profunda do pensamento e coração.
É muito interessante a precisão cirúrgica dos ensinamentos contidos na Bíblia, que nos propõe mudanças significativas de para abandonar práticas que nos afastam de DEUS, quando estas nos afastam da concretização da meta estabelecida no postulado de Gn 1: 26. Essa mudança de vida é acompanhada de uma conversão, em que buscamos viver em obediência aos mandamentos divinos.
c) Produzir Frutos do Espírito
A transformação interior (em nossas 4 faculdades) deve se manifestar em ações externas. Como descrito em Gálatas 5:22-23, os frutos do Espírito são evidências de que estamos vivendo em ajustamento ao Propósito-Plano de DEUS, e aqui temos um outro importante conceito que é o de Justiça, que em nada têm a ver com julgamento, mas sim com alinhamento, com o processo de ajustamento, em DEUS, por meio da nossa adesão ao SENHOR JESUS.
d) Perseverar na Disciplina do CRISTO de DEUS
A jornada de cristificação exige uma disciplina constante, como a prática da oração, do estudo das Escrituras e da comunhão com outros que também buscam viver segundo o PROPÓSITO-PLANO de DEUS, com jejuns, entre outros.
5. Os Obstáculos na Jornada
Embora o chamado à cristificação seja sublime, existem obstáculos que podem nos desviar desse caminho:
- As Obras da Carne: Em Gálatas 5:19-21, e Romanos 1: 26, Paulo descreve os comportamentos que nos afastam de DEUS, como imoralidade, idolatria, inveja e ira. Identificar e superar essas práticas é essencial para nossa jornada. A questão é compreendermos o que significa “carne”. Não compreendemos o conceito “carne” conforme o paradigma cristão, que atribui à nossa natureza humana como pecaminosa desde o nosso nascimento. Para o cristianismo, o ser humano é um indivíduo que carrega o pecado de Adão e Eva em nossa constituição, e o pecado é a consequência dos desejos provocados em “nossa alma, espírito” através da nossa existência corpórea. A “carne” portanto, para os cristãos é tudo aquilo que nos afasta de DEUS.
Considerando a Visão de Propósito-Plano, compreendemos que o texto de Gálatas nos exorta a cuidarmos de nós mesmos em relação ao domínio da nossa instintividade hominal, das atitudes que nos assemelha à condição animal irracional, ao domínio do condicionamento animalesco e primitivo, daquele que vive inconsciente da proposição de DEUS. Às atitudes para saciar aos comandos acionados pela nossa condição oposta à qualidade crística, a saber, a qualidade anticrística.
Em Gn 4: 7 temos a seguinte orientação registrada na Bíblia, por DEUS:- “Se procederes bem…”, (em qualidade crística), “… não é certo que será aceito?…” (haverá uma conexão qualitativa crística que acarretará na condição de nova geração como Filho de DEUS), “… se, todavia, procederes mal …” (em atitudes qualitativamente anticrística) “…, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas ti cumpre dominá-lo…”. É possível observar uma dualidade em nossa constituição, e uma determinação clara de como devemos atuar. Para entender melhor o contexto, é importante sua leitura do texto anterior sobre Caim e Abel.
- O Mundo e Seus Valores: O apego a valores terrenos pode nos afastar da busca pelo Reino dos Céus. JESUS advertiu que o caminho para a vida eterna é estreito e exige renúncia.
- A Falta de Perseverança: A caminhada espiritual é longa e exige paciência, determinação e progresso, mas nunca devemos esperar conquistar a perfeição em Tempo-Espaço (em nossa expressão damos o nome ao Tempo-Espaço de Universo-Forma). O progresso é algo que conseguimos perceber utilizando como parâmetro o texto em Mateus 5: 1-16 conforme já dissemos anteriormente. Certamente você observará em você, momentos de desânimo e distrações, que podem ser grandes desafios, mas a confiança no CRISTO de DEUS e suas orientações, nos fortalece. A confiança “vai aumentando” de acordo com a potência da sua aderência, que será obtida através das práticas da disciplina, e a leitura da Bíblia é uma destas excelentes ferramentas, pois através dela você compreenderá e desenvolverá “a mente do CRISTO”.
6. A Recompensa: ser Gerado Filho de DEUS
Aqueles que perseveram na jornada de cristificação são recompensados com a plenitude da vida em DEUS. Isso inclui:
- Unidade em DEUS: Ser Filho de DEUS, pressupõe sua adesão consciente ao processo, que é o estado de “comunhão” em DEUS, pela exclusiva conexão com o SENHOR do processo, JESUS, o CRISTO de DEUS. Não há formação de Filho de DEUS em um processo de autoconhecimento, é necessário conhecer-se a si mesmo, através de uma aderência e CRISTO-dependência.
- A Eternidade
noem Reino dos Céus: A promessa da vida eterna é o ponto culminante do PROPÓSITO-PLANO, da Suprema Divindade, em DEUS em Reino dos Céus, vivenciaremos a perfeição e a comunhão plena em DEUS.
7. Reflexões Finais: Nosso Chamado à Cristificação
Ser Filho de DEUS é mais do que um privilégio; é uma responsabilidade que exige entrega, obediência e amor. É viver de forma consciente, sabendo que cada ação e decisão pode nos alinhar ou nos afastar do Propósito-Plano divino.
Ao refletir sobre sua própria jornada, pergunte-se: estou vivendo de acordo com o chamado para ser Filho de DEUS? Minhas ações refletem os frutos do Espírito ou as obras da carne? Estou comprometido em seguir os passos de JESUS, o CRISTO, em minha vida diária?
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