Vida após a morte é um assunto que gera muita curiosidade nas pessoas, seja qual forem as crenças religiosas e espirituais de cada uma. Afinal de contas, a morte é vista por muita gente como o fim da vida aqui na Terra, mas não como o fim absoluto de tudo.
A ideia de que estamos neste plano somente de passagem para depois viver a vida eterna no céu junto a DEUS é bastante aceita por inúmeras crenças religiosas e espirituais, tanto que pesquisas e estudos são feitos com frequência para aprofundar esse conceito.
Obviamente, a vida após a morte é um assunto circunscrito às crenças religiosas e espirituais, uma vez que não é possível provar empiricamente a existência de consciência após o evento do fim da existência, ainda que muitos possam afirmar que as experiências de contatos sobrenaturais sejam acontecimentos reais de conexão com alguém que já morreu. Será então que o evento “morte existencial”, vamos chamar assim, é somente uma questão particular de cada indivíduo sobre o que acreditar quando a morte chega e o que pode vir a acontecer logo depois?
O fato é que o acontecimento “morte existencial” é um assunto em que a humanidade têm se debruçado ao longo da sua jornada de vida, elaborando pensamentos, criando teorias e, exploração das mais variadas crenças religiosas e espirituais.
No artigo de hoje, vamos abordar este tema e procurar trazer para este espaço conteúdos e informações para nos estimular a pensar intuitivamente sobre este assunto. Tenha uma boa leitura e aproveite o conteúdo.
Crenças religiosas e espirituais sobre a vida após a morte
A abordagem sobre a vida após a morte é feita por variadas crenças religiosas e espirituais que são seguidas por milhares de pessoas ao redor do mundo, bem como é razão de investigação através do pensamento filosófico desde os Pensadores da Ciência Natural, os Filósofos da Natureza.
Há um grande número de fiéis que têm contato com essa concepção de vida após a morte. Porém, ainda existem diferenças entre as crenças religiosas e espirituais sobre este assunto.
Acompanhe logo abaixo os tópicos que reunimos sobre as principais crenças religiosas e espirituais que versam sobre o que pode acontecer após a morte. É um esboço bem macro sobre o assunto, pois nossa proposta não é o aprofundamento nos dogmas de cada tipo de pensamento ou proposta religiosa.
Religião Católica
No catolicismo, a crença é de que a morte leva as pessoas para o paraíso, inferno ou para o purgatório, a depender da vida que cada indivíduo levou. Além disso, não se acredita em reencarnação.
No juízo final, DEUS levará para o paraíso aqueles que seguiram os ensinamentos de JESUS e vão para o inferno aqueles que desviaram deste caminho.
No purgatório, ficarão por um tempo aqueles que precisam ser perdoados pelos seus pecados para depois entrarem no céu.
Religião Evangélica
O evangelismo pensa muito parecido quando comparado com o catolicismo sobre a questão da vida após a morte, já que acredita que o julgamento de DEUS levará as pessoas para o céu ou para o inferno no juízo final.
O ponto que realmente difere entre essas duas religiões é o purgatório, pois os evangélicos não consentem com a existência deste lugar, acreditando somente na existência do paraíso e do inferno.
Religião Espírita
No espiritismo, a morte definitivamente não é o ponto final porque se crê que o espírito segue vivo em outro plano ou reencarna para mudar o que for preciso e evoluir.
Para os espíritas, DEUS é o regente do universo e concebeu os espíritos para aprenderem o que é o bem e o mal ao longo da vida, sem que isso seja motivo de julgamento por Ele após a morte.
Religião Adventista
Para os adventistas do sétimo dia, as pessoas dormem após a morte e ficam assim até o momento da ressurreição, quando todos serão convocados por DEUS.
A ressurreição é destinada às pessoas que viveram com base nos princípios de DEUS e seguirão para a vida eterna, enquanto aqueles que não seguiram a direção do bem vão desaparecer da existência.
Se você está gostando da leitura até aqui, então leia este artigo na sequência: Como Estudar a Bíblia
A visão filosófica sobre o que acontece após a morte
Assim como a visão cristã, a filosofia também se debruça sobre o que acontece conosco após a morte há muito tempo, e tem produzido uma série de estudos com relação a este assunto tão importante.
Vários filósofos já abordaram este tema e os seus pensamentos ajudam a estimular a reflexão sobre o que é mais provável de acontecer quando a morte chega para nós.
Basicamente, existem os filósofos niilistas e os não niilistas. Os niilistas creem que a morte é de fato o fim de tudo por não haver finalidade na vida, enquanto os não niilistas acreditam que o corpo morre e a alma segue viva.
Selecionamos três filósofos famosos para que você compreenda a visão filosófica a respeito da vida após a morte.
Sócrates
Para Sócrates, a nossa alma é imortal. Ou seja, a alma já existia antes de estar na Terra e quando chega a morte física do nosso corpo, ela continua existindo quando se destina ao céu.
Essa ideia de alma imortal ficou mais conhecida com o pensamento de Sócrates, que ainda defendia que precisamos desenvolver o autoconhecimento para entender melhor o que há além da vida.
Platão
A ideia defendida por Platão é a mesma de Sócrates, em que a alma precisa se desprender da matéria para se tornar livre e buscar mais conhecimento.
Por ser algo inevitável, Platão acredita que precisamos encarar a morte com a maior naturalidade possível no intuito de nos mantermos positivos para a chegada deste momento.
Montaigne
Diferentemente de Sócrates e Platão, Montaigne entende que a filosofia é o único caminho para chegar à morte com mais preparo e positividade, diminuindo as chances do medo consumir a nossa mente.
Além disso, Montaigne via a morte como algo completamente inevitável de se desviar e sem uma motivação aparente para existir, tendo a única função de nos ensinar a como viver e aproveitar cada momento da melhor forma.
Mas será que é possível compreendermos a “morte existencial” de alguma forma mais lógica ou conectada a algum referencial objetivo? Se não considerarmos este evento uma ocorrência do acaso, uma singularidade para o nada, mas ao contrário inseri-lo em uma linha racional e lógica com um motivo definido e determinado, cabe a pergunta:- Porque a morte existe? Há uma finalidade para a morte? A morte faz parte de algum processo maior?
Vamos investigar a Bíblia através de uma determinada ótica partindo de um importante verso existente no Livro de Gênesis. Estamos falando do postulado determinado em Gênesis capítulo 1, verso 26.
“[…] E disse DEUS:- Façamos o Homem à nossa imagem conforme a nossa semelhança […]”
Este texto é um dos mais importantes postulados existentes na Bíblia e ele pode nos dar uma pista sobre a razão da “existência da morte”. Se nos debruçarmos sobre ele observando os detalhes da conjugação do verbo, crase, pronomes, etc, vamos perceber a complexidade da proposição existente neste pequeno verso.
Mas vamos apenas fazer uma leitura um pouco mais macro. Observando o postulado, vemos que temos uma proposta onde o sujeito da ação é DEUS (não vamos nos importar em tentar entender o que é DEUS). A proposição é fazer do ser humano, ou seja, de todos os indivíduos do gênero humano, algo que será imagem e semelhança do sujeito da oração, neste caso DEUS.
Estamos conseguindo entender?
Ótimo!
Sendo assim, se a “morte existencial” não é um evento isolado, do caso, resultado de um comportamento caótico, mas é parte de um processo, compreendendo o postulado descrito em Gn 1: 26, podemos concluir que a “morte existencial” é parte deste processo declarado por DEUS em fazer do gênero humano, algo que seja sua imagem e semelhança.
Muito bom!
Mas qual seria a função, se é que podemos chamar assim, da “morte existencial” neste processo?
Podemos utilizar algum fato empírico na natureza para fazermos alguma analogia para entendermos o evento da “morte existencial”?
Por exemplo, o que acontece quando semeamos uma semente de laranja? Nasce uma outra laranja? Ou aquela semente de laranja ao ser semeada depois de um tempo dá lugar à existência de uma outra forma de vida totalmente diferente do estágio anterior que era o fruto da laranja?
Podemos utilizar outro exemplo ainda que é o da lagarta que passa a vida alimentando-se de folhas e depois de um determinado tempo de existência naquela forma, é semeado em uma forma de casulo (crisálida) dando lugar a uma outra forma de vida muito mais linda e com características totalmente diferentes ao tornar-se uma borboleta?
Neste último caso, os fatores genéticos da fase lagarta determinará as características, tais como cores e beleza da sua forma adulta.
O que estas observações empíricas podem nos ajudar?
Será que após a jornada existencial é consolidada qualitativamente na “morte existencial”?
Uma outra passagem pode nos ajudar nesta compreensão.
No texto escrito pelo Apóstolo Paulo, no Novo Testamento, mais precisamente em 1Coríntios 15: 44-58 (1Co 15: 44-58), vemos um importante ensinamento que pode nos ajudar a entender um pouco sobre a função da “morte existencial”.
Neste texto lemos o seguinte:-
“[…] Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual. Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, e sim o natural; depois, o espiritual. O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é do céu. Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e, como é o homem celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial. Isto afirmo, irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção. Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão. […]”
Muito semelhante ao exemplos que observamos empiricamente na natureza e que relatamos, a semente de laranja e a borboleta, parece que o Apóstolo Paulo quer dizer que há uma semeadura para o surgimento de algo em uma outra condição que já não é mais percebida em 4 faculdades Física-Mental-Emocional-Essencial, mas já é uma outra condição.
É óbvio que se faz necessário uma leitura investigativa e profunda deste maravilhoso texto que nos ensina em muitas camadas de sabedoria, mas ainda que estejamos lendo da superfície da letra, é possível perceber que a “morte existencial” têm uma função de dar “semear e dar surgimento” a uma outra condição que não é agora o motivo da nossa especulação.
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